Natureza

Jequitibá, Jatobá, Jacarandá. Peroba Rosa. Garapeira. Natureza pura, linda, monumental. Reminiscências de um passado exuberante, verdadeiro espetáculo vegetal que a terra brasilis foi capaz de produzir. Mata Atlântica original no município de Cajuru/SP, árvores altas, metros e metros de troncos vigorosos, gigantes, seculares, magníficos. Seres humanos, qual minhocas insignificantes, deveriam ajoelhar-se diante desse “jardim do Senhor”, da beleza e da paz transmitidas por essa cobertura natural de inestimável valor, imprescindível para a sobrevivência da nossa espécie e de muitas outras.

Árvores

Em sua sanha destruidora, egoísta e ignorante, os conquistadores foram derrubando as árvores à sua frente, desde a chegada de Cabral em 1500 até os dias de hoje, para fazer dinheiro de seus troncos, promover a lavoura e a pecuária, abrir estradas, construir cidades, loteamentos, vender e comprar tudo e todos. Árvores de importância fundamental para a sobrevivência da fauna e da flora em geral e do planeta Terra, bem como para a preservação das águas, vêm sendo cortadas sem critério ou necessidade, até que chegamos ao lamentável ponto em que estamos agora: ficamos sem água. Torneiras secas têm um motivo claro: devastação ambiental. Quem suprime a vegetação faz desaparecer a água. Por isso, nossos recursos hídricos estão se esvaindo. É evidente a necessidade urgente de agirmos como seres inteligentes, que nem sempre conseguimos ser.

Cajuru

Na cidade de Cajuru, ao norte da Capital de paulista, nas proximidades de Ribeirão Preto, em uma fazenda centenária vicejam as espécies vegetais mencionadas acima, perfeitamente preservadas e constituindo um maciço florestal contínuo superior a 2.500 hectares que, por vontade de seus proprietários originais, especialmente de Sylvio de Sampaio Moreira dono da antiga fazenda Santa Carlota, foram preservadas até os dias de hoje. Misto de Mata Atlântica e Cerrado, por constituir área de transição, é um dos últimos remanescentes de floresta estacional não defaunados do Estado de São Paulo, com atributos naturais únicos no cenário estadual e nacional. Ali se abrigam onças pardas, urubus-rei, veado-mateiro, macacos-prego e tamanduás- bandeira, dentre outras espécies ameaçadas.

Estação

Além disso, a mata contém ao menos 25 nascentes de água, constituindo área de recarga do Rio Pardo e de alimentação do Aquífero Guarani! Diante do crescente e, até o momento, incontornável déficit hídrico no Estado de São Paulo e de tudo o mais aqui mencionado, mostra-se imperiosa a criação da Reserva Ecológica do Cajuru.
Para tanto, é preciso que o Governador Geraldo Alckmin assine o decreto que já está sobre sua mesa. Nosso Governador, que sempre se pautou pela serenidade e determinação, conta com o apoio de numerosas entidades de nosso Estado, bem como com vasta militância ambiental e cidadã para lhe dar a legitimidade necessária a fim de garantir o abastecimento de água em território paulista, já tão castigado pela estiagem, criando a “Estação Ecológica de Cajuru”.